Castlevania: Noturno | Crítica – 2ª Temporada: Série retorna buscando o poder interno e sua maturidade para lidar com os problemas
Lançado no final de janeiro, finalmente consegui assistir a 2ª temporada de Castlevania: Noturno. Indiscutivelmente o que temos aqui é a Powerhouse Animation mostrando que conhece e respeita o material, assim como as religiões e mitologia com a qual usa, e mostra uma barreira entre elas e onde devem se limitar.
Continuando a trama de Richter Belmont e Maria, a série expande muito bem com a chegada de Alucard e seu lado sombrio e cético na forma de lidar com as coisas, ainda mais diante da pouca idade e pouco preparo de luta dos outros. Além disso, temos uma forma ainda mais sólida das relações, mesmo que algumas ainda sofram alguns abalos por conta de atitudes tensas.
ATENÇÃO!
O conteúdo abaixo contém spoilers…
Muito de Castlevania: Noturno é quanto as perdas e o que fazer para superá-las. Erzsebet quer Drolta de volta, a qualquer custo, e com isso convence Emmanuel a ressuscitá-la, o que traz um misto de demônio e vampiro sedento de sangue e buscando colocar Sekhmet no topo a qualquer custo.
Já Maria lida com a escuridão dentro de si da melhor forma possível. Sua mãe virou vampira, e seu único desejo é matar seu pai. Quando o consegue, a escuridão não vai embora, pelo contrário, se intensifica, e ela traz animais sombrios em suas conjurações, mas aos poucos vai abrindo sua mente e seu coração, e tudo com ajuda de Juste e Mizrak.
A evolução do relacionamento de Mizrak e Olrox, e a forma como este último acaba se redimindo por inúmeros erros, foi sensacional, pois foi uma ajuda e tanto ao enfrentar Erzsebet e Doltra no meio de Paris. O problema é que ele precisa agir sem consultar o amado, e assim traz Mizrak como vampiro, e queria entender mais disso.
Agora, o romance que eu não esperava e que floresceu bem no desenvolvimento da temporada, foi o de Richter e Annette. Os dois precisaram lidar com os espíritos passados, ela literalmente, e foi muito bom. A melhor parte para mim é como Annette e seus ancestrais a levam até Ogum, e ele com a forja do aço e seu facão, a abençoa e é de suma importância para ela enfrentar os demônios e libertar uma das três partes de Sekhmet.
Ogum explica como os humanos distorcem as vontades dos deuses, e como cada um deles tem a limitação de seus territórios. Annette navegando pelo território de Ogum e os orixás, e indo para Sekhmet e os deuses egípcios, e como eles são separados, foi uma sacada genial de Castlevania: Noturno.
Alucard não teve um desenvolvimento pessoal muito intenso, mas mostrou que ele precisa aprender a trabalhar com as diversas pessoas ao seu lado, para enfrentar seus inimigos em comum. Ele e Richter se entendendo foi bem legal.
A Powerhouse Animation e o roteiro de Clive Bradley entregaram momentos finais simplesmente incríveis! Toda a luta de Alucard, Richter, Olrox, Maria, Mizrak e Juste contra Doltra e Erzsebet é muito boa, Annette mantendo a alma intacta no outro mundo, enquanto Sekhmet tenta controlar as outras duas partes de sua alma, me animou muito.
Castlevania: Noturno entregou uma 2ª temporada bem consistente, com tramas inteligentes envolvendo mitologia e história, no caso da Revolução Francesa, e o que mais me pega é o desenvolvimento de seus personagens e como eles evoluíram bem nos poderes e no emocional.
2ª temporada terminou, e novamente quero logo uma renovação, já que a viagem de Richter, Annette e Edouard para São Domingos pode render algo bem interessante.