quinta-feira, janeiro 16, 2025
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Senna | Crítica: Minissérie mostra a história de um herói e relembra a emoção de uma nação

E chegou em alta velocidade a minissérie Senna, na Netflix. A produção da Gullane chega recebendo elogios e, principalmente, emocionando os fãs do corredor automobilístico e, principalmente, retomando o herói de uma nação.

Ayrton Senna da Silva, a série consegue nos colocar em um ponto de vista que nos faz ver um pouco mais da garra do herói, o roteiro é o que chamamos de “chapa branca”, não mostra muito suas falhas, apenas realça um homem apaixonado pelo esporte, que acaba deixando o sonho passar por cima até de um casamento.

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Crédito: Netflix / Gullane

Com episódios muito bem amarrados, Gabriel Leone é simplesmente genial em cena, traz o carisma e a força necessária para o personagem, e seu Ayrton sai maior a cada tempo em cena. Para mim assistir a essa minissérie trouxe um sentimentalismo que não reconheci em mim, pois nunca fui ligado ao automobilismo, ou com a figura do herói. Só que é impossível não sentir até arrepios quando toca o “Tema da Vitória“.

ATENÇÃO!
O conteúdo abaixo contém spoilers

A série logo no início do primeiro episódio, ao retratar o acidente, somos colocados no fatídico 1º de maio de 1994 com uma força e uma dor sem igual, e então nos levam de volta no tempo para nos mostrar a infância com o Seu Miltão (Marco Ricca) e sua mãe Neyde (Susana Ribeiro), e o carinho que ele tem na família.

O foco familiar é intenso e Senna reforça muito isso, mostrando todo o comprometimento que as pessoas ao seu redor tinham para lhe dar garra para seguir em frente, em um ambiente muito preconceituoso para cima dos latinos americanos.

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Crédito: Netflix / Gullane

A evolução da série, indo da Fórmula Ford, para a F-3000 e então chegar com tudo na Fórmula 1, decorre bem o caminho, o roteiro é tranquilo nessa transição, e principalmente na forma de mostrar os pilotos que estavam ao lado de Senna, como Nikki Lauda (Johannes Heinrichs) e Alain Prost (Matt Mella), e até Rubinho Barrichello aparece um pouco mais no final.

Das corridas, ao romance, vemos um pouco dessa vida peculiar de Ayrton, com o seu casamento com Lilian Vasconcelos (Alicia Wegman) que queria uma família, mas não ficar em Londres, longe de tudo, e depois pulamos para sua relação com Xuxa (Pamela Tomé), nossa eterna rainha, e só no final temos um pouco de interação dele com Adriane Galisteu (Julia Foti), só que foi algo muito superficial, com pouquíssimas cenas.

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Crédito: Netflix / Gullane

Gostei muito da inserção da personagem que conecta sempre Ayrton com o tempo e tudo ao seu redor, a Laura, interpretada por Kaya Scodelario, que acaba fazendo os dois lados da imprensa, a que acarícia, mas também a que dá bons tapas quando convém.

Senna resgata o herói, e leva a todos a uma comoção sem igual, com momentos sensacionais, como sua primeira vitória em Interlagos, e devido a tensão nos ombros ele não conseguir levantar direito o troféu, ou com todos os momentos que antecedem o acidente fatal.

Gullane e sua parceria com a Netflix, conseguiu desenvolver uma minissérie que realça muito a lenda e uma coisa que me impressionou muito foi a reconstituição de todos os acontecimentos, desde o figurino até os carros, e tudo feito com um capricho. Cada ângulo das corridas nos leva para dentro do cockpit com o piloto, em um trabalho primoroso de direção.

A cada episódio de Senna vemos uma homenagem muito bem consolidada, que visa manter o coração dos fãs seja do esporte, quanto os do próprio Ayrton, muito bem posto em cada momento de sua vida e principalmente de sua carreira do corredor. Mas acima de tudo, é uma minissérie que mostra a força principalmente do nosso audiovisual.

A direção de Vicente Amorim e Julia Rezende é incrível, em cima dos roteiros de Amorim, Gustavo Bragança e Alvaro Campos.

Senna tem os seus 6 episódios disponíveis na Netflix.