Made in Korea | Resenha: Distopia conversa bem entre o drama existencial e os valores da inteligência artificial
Durante a Virada Nerd deste ano conversei com um pessoal do estande da Conrad Editora e acabei comprando Made in Korea. A graphic é muito interessante, seja por parte da história de Jeremy Holt, ou pela arte de George Schall, afinal tudo combina muito bem com o ambiente proposto.
Na história conhecemos um programador que quer dar mais liberdade a inteligência artificial, e ele acaba criando uma proxy, robôs que acabam substituindo os filhos dos casais neste futuro, com vontade própria e sede de ser uma pessoa normal.
A medida que vamos entendendo o relacionamento de Jesse, a tal proxy, com sua família, suas vontades e aprendizados, vamos ficando conectados com esse laço. Aqui sabemos desde o início que tudo virá abaixo, por conta da vontade do rapaz em entender mais sobre Jesse e ir atrás dela.
As reviravoltas de Made in Korea tornam a trama ainda mais envolvente, e há a sensação de um bom episódio de Black Mirror, só que a parte inicial lembra muito o filme de 2001, A.I. – Inteligência Artificial, de Steven Spielberg. A condução de Holt para a história, é muito bem equilibrada, mostrando o drama adolescente, tiroteios escolares e temas como inteligência artificial, com todos os seus questionamentos.
Em dado ponto temos as Leis da Robótica de Isaac Asimov sendo usadas e vemos várias vertentes, como não ferir um humano, até obedecer as ordens, e proteger a própria existência, desde que as secundárias não firam a primeira.
A construção de Jesse, que vai da criança curiosa e sedenta por conhecimento, para uma personagem questionadora sobre a própria existência e suas vontade de mudança, é sensacional. Também é interessante ver o criador de Jesse tomando coragem para enfrentar a empresa em que trabalhava, fazendo tudo para protegê-la, já que sua própria existência é uma falha imensa.
Made in Korea tem coração, traço interessante de Schall e a edição da Conrad é excelente, traduzida por Dandara Palankof. Em volume único, a trama nos prende desde a primeira página, e gostei da resolução de Jesse para seu futuro.
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