Castlevania: Noturno | Crítica – 1ª Temporada: Mesmo universo, mais dramas, histórias, vampiros, e melhorias indiscutíveis na animação
A Netflix, ao lado da Powerhouse Animation, entregou novamente um projeto de altíssima qualidade dentro da franquia Castlevania, e com isso Castlevania: Noturno se mostra mais maduro, com uma qualidade técnica indiscutível e com grande foco na história trazendo o Novo Mundo e muitas religiões e mitologia para dentro da franquia.
Dessa vez acompanhamos o drama dos descendentes de Trevor Belmont e Sypha, e logo de início vemos como Richter Belmont sofre com a perda da mãe para o vampiro Asteca Olrox, e ali é só o começo, com qualidade nas cenas de ação e magia, e também nas expressões de sofrimento dos personagens, entregando um início bem sólido.
ATENÇÃO!
O conteúdo abaixo contém spoilers …
O desenvolvimento da trama em busca de evitar que a Vampiro Messias chegue a Paris, e isso no meio da Revolução Francesa, coloca Richter, Maria e Tera ao lado dos revolucionários, e também da luta das duas Oradoras ao lado do caçador de Vampiros.
E Castlevania: Noturno ainda vai além, pois depois de mostrar Olrox, o vampiro Asteca, nos coloca para conhecer Annette e Edouard, ela uma ex-escrava e ele um cantor, que partem de São Domingos depois de causarem lá uma revolução, e assim precisam se unir a Richter par evitar o pior.
É gostoso ver como a trama nos traz Ogum e até Iemanjá, de onde Annette descende e traz seus poderes da terra e aço, e na evolução da trama, Edouard usa sua voz para tocar a alma dos Monstros Noturno e assim mantê-los na Terra, tirando sua monstruosidade. Os dois nos coloca muito próximo a nossa realidade e a forma que Annette enfrenta suas dores da escravidão e até uma vingança muito bem executada contra seu antigo “dono vampiro”.
A união deles é intensa, e no fim até mesmo Olrox precisa se juntar com Mizrak a turma de Richter, que tem grandes baixas e na evolução da temporada com seus 8 episódios, ainda trabalha a Messias e coloca o Abade ao lado dela.
Grande forte de Castlevania: Noturno é como a animação faz críticas a religião e suas ligações por conveniência, afinal lembramos as caçadas contra mulheres consideradas bruxas, o apoio a escravidão em diversos países, ditadura, e muitas cartas, anos depois, pedindo desculpas por tudo isso. Colocar o Abade se unindo a Messias e Demônios, para que a revolução não destrua a igreja, é muito forte.
Tera, mãe de Maria, tem um grande desenvolvimento, uma conexão com a Messias, a vampira que diz ter tomado o sangue da deusa da guerra egípcia, Sekhmet, e todos os sacrifícios que fez durante os anos, como ter de matar a própria irmã para não entrar para o grupo da vampira.
A ligação de Olrox com Richter, e sua motivação de ter matado a mãe dele, explicado no começo, acaba quase forçados a deixar isso de lado por um bem maior, e até outros antepassados dos Belmont fazem aparições e entregando mais camadas a trama.
A animação da Powerhouse Animation continua evoluindo muito desde Castlevania e podemos conferir isso também em outro projeto do estúdio, Mestres do Universo com Salvando Eternia e A Revolução, esta chegando em 2024, mas com ótimos elementos em vídeos liberados.
Castlevania: Noturno entrega um outro momento do universo da franquia, com mais qualidade e outros tons, mas mantém um pé em tudo o que foi entregue em Castlevania e o clã de Trevor, Sypha e Alucard… E falando no filho do Drácula…
Esperamos a 2ª temporada.