Bon Apetit, Vossa Majestade | Crítica: Drama mostra que não é só o amor que ultrapassa o tempo, e coloca destaque na comida
A série Bon Apetit, Vossa Majestade acaba entregando um drama bem interessante, com o clichê da viagem no tempo, e o amor atemporal, mas coloca mais tempero, vegetais, carnes e tudo mais…
Na trama vemos a chef de cozinha Yeon Ji Yeong ganhando uma competição na França, e ao retornar para a Coréia do Sul com seu prêmio, acaba passando por uma turbulência no meio de um eclipe lunar. Ao desmaiar no banheiro, se dá conta de que não está mais nos tempos atuais, e sim diante do imperador Yi Heon no meio da Disnatia Joseon.
Essa mistura intensa entre ficção, fatos históricos e muita comida, é estrelada por Lee Chae-min, YoonA, Choi Gwi-hwa, Kang Han-na, Yoon Seo-ah, Seo Yi-sook, entre outros, e é baseada na obra Sobrevivendo como o Chef de Yeonsan Gun, escrita por Park Kook Jae.
ATENÇÃO!
O conteúdo abaixo contém spoilers…
No começo a série nos coloca em um reality show de culinária e toda a introdução do conhecimento de Yeon e é abordado sua vocação de forma interessante, se virando no meio da adversidade, como uma falha no fogão da competição. Mesmo sendo criativa, todos ficam com um pé atrás, mas ela vence a competição, e no retorno para casa, com seu livro de receitas antigo, o Manburak.
Quando um eclipse lunar acontece na hora em que ela lê no livro sobre voltar para a pessoa amada, ela é levada diretamente para a Dinastia Joseon, e ainda na frente do grande imperador Yi Heon, que não entende o que aquela forasteira faz na sua frente.
Ao longo dos seus 12 episódios, a série consegue nos conectar neste universo que para mim é estranho, pois depende muito da história da Coréia do Sul, e suas dinastias ao longo das eras, assim como as conexões com outras regiões, e suas fortes influencias. Os enlaces, comcubinas, e tudo mais, vão sendo exposto e nos traz essa realidade…
Só que eu gosto que Bon Apetit, Vossa Majestade não torna essa parte difícil de acompanhar, pois no final é a velha luta por poder, com direito a trapaças, ainda mais com a jovem Kang Mok-ju sentindo ciúme da nova relação entre o imperador e a cozinheira, e fazendo o possível para separar os dois. E ainda é bom somar o fato da morte da mãe dele, as influências do seu tio Je Seon, e como tudo isso é conduzido de forma divertida.
A série sabe colocar as comidas em primeiro plano nos momentos certos, e fazer do conhecimento da cozinheira uma forma de ultrapassar os limites e problemas que as pessoas criam. Não saber da história real da dinastia não atrapalha em nada entender esse romance temperado.
A conexão entre o imperador e a cozinheira é feita de forma gradual, há uma conexão com o alimento, mas há uma repulsa pela estranheza da novidade, e ao longo dos episódios amizades são criadas entre ela e as outras pessoas da cozinha, e um elo muito forte é bem feito entre imperador e cozinheira, para o espanto de todos.
É delicioso ver as competições estilo MasterChef dentro da série, e como tudo é manipulado e desenvolvido para nos fazer torcer por cada personagem. O relógio contador de tempo é que me agradou, com o lance das chamas, corda e uma barra que vai aquecendo e assim rompendo o cordão.
Mas o fator que me segurou em todos os episódios da série é a química ente Lee Chae-min e YoonA, os dois conseguem entregar carinho e preocupação entre seus personagens e nos faz torcer pelos dois.
Bon Apetit, Vossa Majestade reforça o poder de uma boa trama bem contada, lógico que tem suas barrigas, mas consegue desenvolver seus personagens, suas motivações, e não nos faz ficar agarrado no contexto histórico que não conhecemos, nos apresentando mais essa parte da Coréia do Sul. Vale dispor de um bom tempo para acompanhar o início do amor entre o Imperador e a Cozinheira Real.
Ah! Ainda vale que o final de temporada amarra as pontas e ainda deixa nosso coração aquecido…
Bon Apetit, Vossa Majestade já tem os seus 12 episódios disponíveis na Netflix.
Minha Nota: