sábado, setembro 28, 2024
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KAOS | Crítica – 1ª Temporada: Jeff Goldblum brilha em drama que traz atualização para mitologia grega

E o KAOS já tomou conta da Netflix. Com uma temporada inicial bem sólida, a série, criada por Charlie Covell, que adaptou o quadrinho The End of the F***ing World, entregou momentos sensacionais e uma atualização da mitologia grega para os tempos atuais de forma surreal.

A série tem uma premissa muito boa e colocar Jeff Goldblum como um Zeus narcisista e preocupado com a aparência, deixou tudo ainda melhor, pois para a história que quer contar, que é simples e certeira, todos os atores acabam entregando muito bem seus personagens. A Cassandra de Billie Piper me pega, pois adoro a atriz desde Doctor Who e Secret Diary of a Call Girl.

kaos - hera e zeus
Crédito: Netflix

A sinopse de KAOS é simples, pois coloca o todo-poderoso Zeus temendo o fim de seu reinado, com direito a rugas e o Meandro, que é importante depois, ficando desestabilizado. Estabilidade para o Monte Olimpo é o que ele precisa, principalmente para manter o seu poder…

Vingativo e com uma profecia que pode derrubar seu poder, sua família e o fazer envelhecer, acaba criando situações terríveis em algo que estava estável para ele. Hera vivia bem, Poseidon estava tranquilo, Hades e Perséfone no submundo levando a vida deles, mas preocupados, e é Dionísio quem dá o pontapé inicial nos problemas.

Amo a forma como a série coloca os humanos ao lado de Dionísio, que só faz merda, e tudo para agradar o pai, sendo que até mesmo sua mãe, que virou abelha por vingança de Hera, sofre as consequências. Dionísio era um semideus, e Zeus o transformou em um de seus deuses, e é incrível como a família inteira não está nem aí para o pai de todos.

Prometeu conta a história e quebra diversas vezes a quarta parede para nos aproximar daquele que traiu Zeus e está preso em uma roxa tendo o fígado comido por uma águia. Ele sabe o futuro, e tem as Moiras ao seu lado para concluir a profecia que deixa Zeus maluco.

kaos - riddy no submundo
Crédito: Netflix

Agora, voltando aos humanos, Eurídice e Orfeu tem um relacionamento complicado e ela, que aqui gosta de se chamar de Riddy, acaba indo para o submundo depois de um encontro com Cassandra, que fala que ela precisa mudar o dia. Orfeu acaba caindo nas mãos de Dionísio que o ajuda na jornada de busca da amada.

No submundo temos Caeneus que quer entender sua vida, e amei a forma como falam das amazonas de Hipólita e como ele não se encaixa, e traz ele como um homem trans.

E por fim temos Ariadne, que carrega a culpa de ter “matado” o irmão, e seu pai, Minos tem o Minotauro, e tudo isso acaba tendo uma grande reviravolta, com direito a Poseidon e a Rainha de Troia brigando…

kaos - minos, ariadne e pasifae
Crédito: Netflix

A atualização da mitologia e a forma como tudo é apresentado e nos fazendo lembrar dos mitos, acaba nos deixando intrigado em como cada momento de KAOS é intenso e interessante. As Moiras, as Eríneas, até mesmo as Tácitas, as mulheres sem língua de Hera, são bem apresentadas e consolidadas na trama, Caronte, tudo é abordado e atualizado.

Os atores são incríveis também, Goldblum é surrreal de bom, agora a Hera de Janet McTeer é formidável, assim como o sofrimento que David Thewlis coloca em Hades.

Também temos outros atores incríveis como Cliff Curtis (Poseidon), Debi Mazar (Medusa), Stephen Dillane (Prometeu), Rakie Ayola (Perséfone), e os humanos Aurora Perrineau (Riddy), Killian Scott (Orfeu), Leila Farzad (Ariadne) e Misia Butler (Caeneus).

Em alguns pontos faltou um pouco de velocidade, mas a série acaba se saindo bem em todos os momentos, e a forma que tudo vai se amarrando nos momentos finais, é surpreendente.

KAOS tem todos os seus 8 episódios de sua 1ª temporada disponíveis na Netflix.