domingo, setembro 29, 2024
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7ª edição da Bienal de Quadrinhos de Curitiba reúne 15 mil pessoas

A 7ª edição da Bienal de Quadrinhos de Curitiba aconteceu entre os dias 7 e 10 de setembro no MuMA – Museu Municipal de Arte de Curitiba e levou um público estimado em 15 mil pessoas. Foram mais de 60 convidados paranaenses, nacionais e internacionais, cerca de 160 expositores, que trouxeram exposições, debates, palestras, intervenções, oficinas, lançamentos e sessões de autógrafos.

O tema deste ano foi “Resistências, Existências: Quadrinhos e Corpos Plurais”.

7ª Bienal de Quadrinhos de Curitiba discute existência e resistência e traz mais de 40 artistas

A homenageada da edição foi Lilian Mitsunaga, artista responsável pelo letreiramento das edições brasileiras de HQs da Disney, Marvel e DC, entre milhares de outras. Se o seu importante trabalho por vezes é solitário e invisível, a Bienal veio para resgatar sua jornada numa exposição, e jogar luz numa artista que há 40 anos se dedica aos quadrinhos. “Fiquei encantada, por muitos motivos: ao ver jovens artistas publicando, ao sentir o clima incrível e acolhedor da Bienal. Na cerimônia [Lilian recebeu o Troféu Claudio Seto na abertura do evento], quase chorei. Ficar seis dias encontrando tanta gente legal foi uma experiência fantástica”, disse a artista paulistana.

Um dos quadrinistas mais premiados do país, Marcelo D’Salete proporcionou imensas filas de autógrafos e participou de uma concorrida mesa no Cine Guarani, um dos espaços do MuMA onde ocorreram conversas, palestras e debates sobre temas diversos – de tecnologia à charge política. “A Bienal já é um evento fundamental dentro da área das artes gráficas no Brasil. Nesta edição, se provou um marco essencial de contato com o público e entre os próprios artistas”, disse o autor de Mukanda Tiodora, obra que foca na escravidão em São Paulo na década de 1860. O quadrinista, ilustrador e professor paulistano também é autor de Angola Janga – Uma História de Palmares, (2017) HQ vencedora do Prêmio Jabuti, e Cumbe (2014), que levou o prêmio Eisner.

Com meses de preparação, duas edições online, e cinco anos sem experienciar os encontros, parte da essência da Bienal de Quadrinhos de Curitiba, a coordenação do evento celebrou os quatro dias intensos, diversos e otimistas. “O retorno do público foi fantástico. Sentimos um ambiente mais leve, era isso que queríamos trazer. Numa mesa com mulheres, por exemplo, foi a primeira vez que elas falaram sobre roteiros, e não sobre o fato de serem mulheres fazendo roteiro. O tema da edição se tornou concreto, inclusive na diversidade de público. Agora, é daqui para frente. É florescer, porque o terreno já está posto”, dizem Luciana Falcon, Greice Barros e Gilmar Kaminski, trio que coordena a Bienal de Quadrinhos de Curitiba.

Esgotado!

Em quase todo o complexo do MuMA, principalmente nos últimos dias, era possível ouvir salvas de palmas aleatórias, puxadas por quase todos os presentes, inclusive o público. Era o sinal de que o último exemplar da HQ de algum expositor havia sido vendido. Ótimos indício de que para os mesistas, que vieram do país todo, o evento também foi um sucesso.

Solidariedade

A Bienal de Quadrinhos de Curitiba, em parceria com o Coletivo HQ Uni-vos, também fez um trabalho social importante durante os quatro dias de evento: arrecadou mais de 235 quilos de alimentos, destinados à Casa de Passagem Indígena de Curitiba.

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